segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A LIBERTAÇÃO DOS POETAS


Como a panela que foi destampada,
os poetas correram
a riscar o céu
- ainda na Terra -
como astros,
como átomos,
cometas, ou estrelas,
como moscas minúsculas,
sob o sol da tarde lendária,
e o infinito nunca pareceu tão presente.

Por todas as estradas,
ó, praga!

Os loucos, os vegetais, os vagabundos,
tomaram de assalto o ar nitrogênico
que nos alimenta o dia-dia.

O banquete dos mendigos.
Em cada tufo na longínqua fieira de areias,
algum está tomando o seu farto bocado de sol.

Vagabundos da Terra, voai.
O fogo esquentou-nos, pipocas,
e o Tempo vem nos comer:

quantas avarezas
perdestes,
nesse cozinhar?

Nenhum comentário:

Postar um comentário