quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O mundo, como flores,
brota novamente, a cada dia.
Ergue-se a casa, na manhã
e é outra manhã
(um dia irão escrever
sobre o forte poder das nuvens).
Outra manhã ilumina
as jaboticabas que cresceram.
Tudo é novo.
Mas é o mesmo.
E eu, que não pensava em ocultismos...
Eu, cuja cabeça chegava apenas até a praia
e sentia o vento, apenas, do Oculto...
E não olhava o céu no seu olho de ciclope...
Eu, que era apenas a cama elástica
onde o mundo de imagens e pensamentos
pulava como crianças brincando, ou apenas pulavam...
Rompi – o mundo, então, caiu e estatelou-se
na dureza de um chão que me dói.
Que seja tecida novamente a tela
e firme; azul. Não seja, a minha alma,
o edredon das coisas visíveis e invisíveis.
A cama elástica, azul e firme, e larga
e infinita? Sim... Que até os anjos venham
pulando para cima
árvores pulem para cima
gatos pulem, flores, portas...
E eu me sinta o claro circo
ao invés da tumba sem fundo...

Nenhum comentário:

Postar um comentário