quarta-feira, 14 de setembro de 2011

You´re gone beautiful, babe...

O alto, que de mim espanta
as réstias do alho com que o tempo se temperou
de calor, no fim de agosto... Ah! Como vibram
as melancólicas freixas das pipas nos altérios da rua...
Vem quieta a cerração de um outono −
porque as estações se confundem no Rádio que sou eu
como sintonizado em qualquer estação perdida.
Alheio de qual saúde se prepara nesta hora,
sorvi o beijo do passado, a crypta...
Fontes do mistério, de jorros de mármore...
Jardins espectrais de vidro; Crypton.
Águas geladas, verdes galhos de vidro ao sol.
Verde vidro e macieiras de lâmina...
Aço prateado e frio... Mas o Hoje se me perde
e talvez perdido está o meu jardim de vidro...
E a saudade do tempo de ouvir o Eterno
em freqüência modulada e constante...
Mas a saudade é o mistério, modulado e constante.
Como destas casas a bola pinga e o menino é outro;
que o Mistério é lindo, por ser mistério, e eu a vê-lo
sem vê-lo, aos véus da vida encontro meu Olho.
O motor arreado da tarde me deixa à beira da Estrada
a seguir escrevendo o que não vi. Homero era cego;
Milton também; Camões era caolho e Cervantes maneta.
Eu não sou cego. E ocasionalmente, vejo
o sonho a passar no ônibus amarelo.
Mas não é sonho; é maravilha de haver
tudo o que vai passar.

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